Diário de viagem - Me aventurando na Nova Zelândia

Auckland, 19 de Novembro de 2019.

17:47 horas

Domingo em Takapuna

Vista do vulcão da Ilha Rangitoto desde a praia de Takapuna


Tiramos o Domingo para explorar Takapuna, uma parte do subúrbio de Auckland que fica à vinte minutos de ônibus de onde moramos. Acordamos cedo naturalmente como dois velhos que já não conseguem dormir além das oito da manhã. Pegamos o ônibus com destino a Takapuna por volta das nove. Não chegamos a tomar café da manhã antes de sair de casa porque nosso primeiro destino era uma lanchonete colombiana.
Chegamos então e fomos direto comer nessa lanchonete que vende comidinhas colombianas. Acho que dá para dizer que são salgados colombianos. Para mim parecem ser muitas versões diferentes do pão de queijo. Uma coisa mais deliciosa do que a outra. Tivemos contato com esses salgados pela primeira vez em Santiago, no Chile. Lá tinha uma padaria/lanchonete colombiana que vendia essas coisas maravilhosas. Eu caí de amores pela almojábana e o Nebojsa se apaixonou pelo buñuelo. Para mim, almojábanas são aquele tipo de coisa que cada vez que você morde parece ser a primeira vez porque todas as vezes você se surpreende com o quão bom é aquilo que você está comendo.
Foi um dia quando eu estava checando as minhas notificações do Facebook que eu vi que alguém tinha compartilhado no grupo de brasileiros em Auckland a página dessa lanchonete. Vi que vendiam os buñuelos, almojábanas, pães de queijo e o que eles chamam de pandeyuca. Claro que eu tinha que visitar esse lugar! A ideia de colocar uma almojábana na boca outra vez encheu meu peito de alegria e a minha boca de água. Olhei no mapa e vi que o tal lugar ficava em Takapuna, onde eu já tinha vontade de ir dar um passeio de qualquer maneira, onde já tinha ouvido dizer que tinha praias e tal.

Almojábana, pandeyuca, pan de queso y buñuelo

Takapuna é bem mais agradável do que o centro de Auckland, obviamente. Não sei se alguém em algum lugar pode achar o centro de uma cidade grande mais agradável do que um subúrbio residencial, luxuoso e localizado entre um lago e o oceano. Não se vê quase nenhum prédio alto pelas redondezas e as ruas principais são cheias de restaurantezinhos estilosinhos ou aconchegantes. Por todo lado se podem ver casarões e mansões, tem muito dinheiro quem mora por lá. As casas mais chocantes são as que estão na beira da praia. Eu fiquei abobada com algumas delas, não consigo imaginar um ser humano regular morando em um lugar daqueles, ou que tipo de vida uma pessoa que tem a capacidade de morar ali leva, para mim parece coisa de outro mundo de tão longe da minha realidade. Eu sei que eu estava tão hipnotizada com tudo aquilo que não cheguei a tirar uma foto decente para mostrar aqui. Depois que recobrei a consciência por um segundo tirei a foto que mostro aqui em baixo, só para dar um gostinho porque essa não chega nem perto das mansões mais mansonísticas que vi por lá.

Moradia mediana em Takapuna

Meu dia começou com uma bebida de soja sabor cacau, se é que eu entendi bem o que tava escrito na embalagem...

Bebidinha e cara de sono

Depois de tomar o nosso primeiro café da manhã, saímos para explorar em volta. Caminhamos até a praia, não chegamos a pisar na areia dessa primeira vez, mas pudemos ver a ilha Rangitoto no horizonte. Essa ilha é a casa de um grande vulcão que tem por aqui, é uma vista famosa pela que entendi. O dia estava parcialmente nublado e nessa hora ventava bastante, na verdade acho que ali perto da água sempre ventava bastante. Eu consegui vestir um short nesse dia, mas me mantive a maior parte do tempo de jaqueta. O meu celular me contou que faziam 19 graus naquele momento, imagino que a temperatura tenha subido um pouco mais para o meio do dia. A areia da praia de Takapuna é um pouco estranha, bem escura e em algumas partes parece que o chão não está coberto de areia e sim de pedaços de conchas. O mar estava bonito, a água verde e clara e algumas ondas baixas. Para mim, com o vento que fazia, a vontade de entrar na água era inexistente. Eu sou uma pessoa fresca com praias, tá? Eu tenho um padrão muito elevado, sou uma pessoa que tive uma vida muito privilegiada no quesito praias, não é qualquer pedaço de terra perto do mar que me emociona. Eu sei que a Nova Zelândia tem coisas lindas para me mostrar e já me chama atenção a variedade de pássaros diferentes e interessantes que vejo com tanta facilidade. A variedade da flora aqui no entorno é algo admirável também e olha que nem fui explorar de verdade ainda. Mas eu duvido muito que eu fique maravilhada por aqui com uma praia. 

Um pedacinho da praia de Takapuna

Ficamos com fome novamente e fomos tomar o nosso segundo café da manhã. Dessa vez nos sentamos em uma cafeteria bonitinha em uma das ruas principais. Pedi uma torrada com cogumelos cremosos, bacon e um ovo pochê em cima. Estava maravilhoso de lindo e mais maravilhoso ainda de delicioso. Tomei um café preto para acompanhar. Café preto tem sido a minha bebida da vez nessa fase da minha vida, acho que finalmente me tornei uma mulher adulta. A cafeteria em que estávamos ficava na esquina de uma rua e tinha as duas "paredes" externas de vidro, o que fazia com que o ambiente fosse muito iluminado. Havia mesas dispostas do lado de fora pela calçada em todo o entorno do estabelecimento, mas preferimos sentar dentro para não sentir frio. No interior havia um assento acolchoado que cobria toda a parede do lado esquerdo com várias mesas na frente, nos sentamos no sofá atrás de uma dessas mesas. Tinha uma música ambiente tocando, mas só a percebemos quando por algum motivo ela parou de tocar e achamos o silêncio inquietante de alguma maneira. Depois do nosso segundo café da manhã nos pusemos a caminhar para descobrir mais coisas novas.

Segundo café da manhã

Depois de um tempo caminhando pelas ruas cheias de casas com cercas vivas e belos jardins encontramos o Sylvan Park, um parque que fica à beira do lago Pupuke. Nessa hora não estava ventando muito por ali e o sol estava dando as caras, então nos deitamos na grama e relaxamos ali por um tempo. Tomei um solzinho, escrevi, mexi no celular e fiquei com fome de novo. Quando os dois estavam com fome começamos a caminhar em direção a um restaurante de comida mediterrânea que o Rodrigo indicou para gente. Combinamos que se encontrássemos algo que chamasse a nossa atenção pelo caminho ficaríamos ali já que estávamos com bastante fome, mas o tal do restaurante era a nossa direção. Chegamos ao local, o nome do restaurante é The Lab Eatery e para combinar era decorado com tubos de ensaio e outras ferramentas encontradas em um laboratório. Eu adoro recomendação de lugar para ir comer. Por favor, me recomendem lugares para ir comer. É difícil que a comida não seja boa em um lugar que me foi recomendado. Dessa vez não foi diferente, não foi comer, foi passar por uma experiência gastronômica. Aquela comida fez uma linda festa dentro da minha boca e eu me senti transportada para um lugar melhor por um momento. Eu juro, tive uma experiência transcendental enquanto saboreava todos aqueles sabores intensos. Pedimos três pratos, tâmaras recheadas de nozes enroladas em bacon, pão turco com hummus e um wrap com recheio de cordeiro e vários molhos e saladas que não me lembro agora. É difícil dizer o que estava mais gostoso. As tâmaras eram uma explosão de doce e salgado e umami. Parecia que alguém estava me dando um soco na cara e eu estava achando maravilhoso. O hummus estava muito bem feito e o pão era fofinho e também vinha temperado. Foi o wrap de cordeiro que me levou em uma viagem para fora do meu corpo. É o tipo de comida que me faz fechar os olhos para me concentrar naquele momento e naquelas sensações gustativas. Se alguém quiser uma recomendação, tá dada. 
Depois decidimos ir caminhando até a outra parte de Auckland chamada Devonport, de onde poderíamos pegar a barca para voltar ao centro. Devonport também é um lugar que recomendam visitar, eu não sei se porque quando chegamos lá eu já estava cansada, mas não achei grande coisa. É um lugar tranquilo, então claro que contrasta bastante com o centro da cidade, mas não me conquistou naquele momento. 
Veja bem, se falei mais de comida do que de qualquer outra coisa foi porque comemos muito bem nesse dia. A verdade é que nós dois amamos comida e a gente sempre acaba fazendo turismo gastronômico sempre que estamos juntos. Fala a verdade, tem algo melhor que comer?






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