Tita, dá a patita!


Aquela pele branca, aqueles olhos azuis, aquele sorriso largo... Não conseguia tirar Tita da memória. Se culpava demais por todos aqueles sentimentos novos que iam sendo descobertos aos poucos a cada dia que passava. Estava tendo um caso com Joana... Mas, na verdade, isso nem fazia tanta diferença. Gostava muito de Joana, mas ela não lhe passava a sensação de ser um entrave para a exploração daquelas novas sensações. Tita estava com seu primo, e isso sim se apresentava como um problema. Pensamentos tentavam convencê-lo de que não havia um relacionamento sério entre Tita e o primo, e que nem era um primo muito próximo... Mas ao mesmo tempo pensava que gostava bastante dele e tinha receio do que poderia pensar se descobrisse.

Não sabia o que fazer, não podia evitar tudo aquilo, não queria evitar.

Para piorar a situação, sentia que era correspondido de alguma maneira. Ela estava sempre se fazendo presente para ele, lhe dava atenção, se mostrava sempre carinhosa e o procurava muito. Ele não tinha certeza sobre como interpretar tudo aquilo... As coisas que dizia Tita... Acabava sempre preferindo levar como brincadeira quando ela dizia o quanto gostava dele e o quanto ele a atraía... ele a atraía..., mas não podia ser sério, era mais fácil que não fosse. Pelo menos até ele começar a descobrir que a queria mais do que pensara, e de uma maneira diferente.

Na verdade não tinha certeza de nada. Pelo menos era o que se fazia pensar para tentar encarar aquilo tudo. Sabia que a desejava de alguma maneira. Mas sabia também que o querer é passageiro e, pensando bem, nem queria tanto assim. Para que criar problemas? Gostava das coisas como estavam e nada precisava mudar. Conversar sobre um pouco de tudo, saber que teria a atenção para um bom papo já era o suficiente. Ou não seria? Hesitava... e não se reconhecia.

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