Diário de Viagem - Morando na Itália

15/05/2013 - 23:04 - Siena, Itália

Hoje parecia que ia ser um dia assim bem 'coxinha' - gíria de paulista e eu sinto que estou sendo contaminada! ( pra entender o que quero dizer com coxinha: http://trazdoarmario.com/2012/09/02/o-que-e-um-coxinha-o-significado-definitivo/ ). Falando em sendo contaminada tem uns momentos em que eu percebo que o falar italiano está alterando o meu falar português... Um dia desses eu falei " o doce que o José me fez experimentar...", na verdade mesmo eu não tenho certeza de como diria essa frase em tempos passados, provavelmente não assim, mas talvez sim. Voltando... parecia que ia ser um dia assim bem Xinfrim - essa gíria é mais legal xD -, mas agora pela noite a coisa ficou mais emocionante.

Eu não queria acordar para ir para a aula, eu não queria acordar para fazer nada. Meu sono está fora dos eixos, a cama estava muito boa e estou essa semana com o quarto só para mim, então ninguém faz barulhos me acordando - só o despertador. E eu tinha que acordar para entregar meu trabalho, daí não tinha como. Levantei, tomei banho, comi uma bananinha e fui para a aula. Hoje o professor deu as datas nas quais podemos fazer a prova, são três datas e podemos escolher uma delas - podemos também fazer três provas se quisermos, se não vou mal em uma posso fazer uma outra. A aula girou em torno de como se dá a construção da história, de toda a subjetividade que existe na formação dos estudos e também da falsificação e distorção histórica com fins políticos. Foi interessante... Depois voltei para casa para almoçar e tive uma outra aula de tarde. Essa segunda foi de filosofia política e falamos sobre um autor libertário chamado Murray N. Rothbard. Esse professor falou um pouco dos exames também ( 'exames' é outra coisa que só falo por causa do italiano, se não diria sempre 'provas' ), vamos ter que apresentar oralmente um capítulo do livro La società senza Stato e, mais para o fim, faremos um exame oral. Agora, o mais legal de tudo é que o professor me emprestou o livro dele e só preciso devolver depois que o trabalho estiver pronto, coisas que só podem acontecer em uma turma com dois alunos eu acho...

Depois das aulas eu voltei para casa querendo dormir. Comi uma bananinha com aveia e mel, fuxiquei o facebook e tirei uma soneca até o Guillermo me acordar. Sabe que comprar aveia aqui não é a coisa mais fácil do mundo? Acho que não é muito comum comer aveia por aqui, só consegui encontrar em um dos mercados que são um pouco maiores. E o Guillermo me acordou para me falar que tinha conseguido comprar o nosso ticket do ônibus para ir na festa amanhã e para me convidar para tomar um café aqui perto - e quando ele falou de tomar um café eu já fiquei tentando imaginar que outra coisa eu poderia tomar no lugar que vende o café que não fosse um café D=. No final das contas ele desistiu de tomar o tal do café porque disse que estava já tarde e logo logo ia fazer algo para jantar.

Eu estava aqui no marasmo, com vontade de comer besteira - porque quando são umas sete horas vem uma vontade louca de comer besteira, sem fazer nada ela triplica -, pensando se voltava a dormir, até com vontade de sair, mas com uma preguiça dos diabos. Quando estava já sem esperanças na vida, José Luis me perguntou quando eu ia fazer um bolo. Daí eu resolvi fazer hoje, é sempre divertido fazer um bolo. Subi, fiz o bolo, chegou o Guillermo e fez macarrão pra gente, chegaram mais pessoas depois para conversar e comer o bolo e quando estávamos ali conversando despreocupados soa o alarme de incêndio. Que barulho insuportável que faz o tal alarme, tô com dor de cabeça até agora. Ninguém descobriu porque o alarme começou a tocar, mas quase todo mundo saiu do quarto para dar uma xeretada. 

Hoje também brincamos um pouco de trocar moedas dos países. Não tenho mais nenhuma moeda de um real, mas em compensação tenho uma de 10 pesos mexicanos, uma de 5 wu jiao e uma nota de 5 wu jiao ( ambos chineses ). E o dinheiro chinês é uma gracinha! >.< Vão entrar na minha coleção junto com meus 5 cruzeiros que achei nas areias da praia de Copacabana, meu 10 céntimos peruanos e meus 20 centimes franceses ( esses dois últimos eu não faço ideia de como chegaram a mim, acho que me deram errado de troco no Brasil ).

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