É sempre uma história de amor

Evaristo Emanuel Perez estava sentado na calçada em frente a sua casa quando os primeiros raios de sol tocaram o chão da rua de terra batida. Era justamente àquela hora da manhã que o espetáculo da natureza mostrava seu ponto alto, mas Evaristo não podia apreciar tamanha beleza. Seus olhos estavam tomados de lágrimas e de embriaguez. Lucinda do Souto Silva Perez o havia largado, e dessa vez era de verdade. Ele não sabia o que fazer sem a mulher com quem havia já vivido por longos dezesseis anos. Não sabia viver sem ela. Quem o acordaria todas as manhãs? Quem prepararia a marmita tão saborosa que ele levava todos os dias para o canteiro de obras? Quem costuraria remendos nas suas meias puídas? O mundo era muito injusto. E esfregava na cara de Evaristo Emanuel toda aquela beleza que zombava do seu futuro sombrio sem a mulher mãe dos filhos que ele nunca teve. Como se arrependia de não ter tido um barrigudinho com Lucinda. Se tivessem um filho podia ser que ela não tivesse ido embora assim. "As crianças fazem com que a vida seja mais fácil", pensava o pobre homem. Ou quem sabe faz com que as pessoas façam de conta que a vida é mais fácil, para o bem das crianças. Não importava, para ele qualquer fazer de conta com Lucinda era mais desejável do que uma realidade sem a moça. E ele soluçava de amor perdido... Ou de cachaça, que diferença faz?

Comentários

  1. Adorei!!!
    Tava com saudades das tuas histórias...

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  2. UUUUUUUAALLL. genial!! rssr
    Que história! rs daonde vc tirou essa inspiração?? srsr ficou cômico demais, os nomes inteiros e todas as sacadas(cachaça ou amor perdido, não ver a beleza do nascer do sol, srsr entre outras). pqp. Palmas.
    Pode escrever um livro de 900 paginas que eu leio!!

    rssr bjs

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