Diário de Viagem - Morando no Brasil

23/08/2013 - 20:14 - Niterói, Rio de Janeiro, Brasil

Quando me acreditava uma pequena poça que diminuía a cada segundo evaporando com o calor do sol, me descobri um poço tão profundo e me perdi de novo na infinda busca do meu final.

Nesses quase quatro dias em que fiquei sem escrever aconteceram muitas e muitas coisas. Eu fiz uma longa viagem até o passado, dei uma cavucada dentro me mim e me deparei com raízes muito antigas que parecem tão ou mais difíceis de tirar agora do que eram antes. Percebi fraquezas guardadas em camadas mais profundas e níveis de mim que preferia que continuassem escondidos. Acho que ainda não consegui voltar para o presente, tenho lapsos, vejo alguns pontos de luz me chamando para fora desse túnel do tempo, mas me sinto ainda presa, é tudo forte demais.

Até pouco tempo eu estava em um estado de espírito que parecia inabalável. A tranquilidade dominava o meu ser. Nada me incomodava, nada era capaz de tirar o sorriso do meu rosto. Os dias eram todos lindos e o lado bom das coisas reluzia mais forte. Eu estava gostando muito de mim. Ontem eu achei que talvez a minha TPM pudesse finalmente ter chegado. As coisas estavam me incomodando bastante, a minha atitude havia mudado, me sentia um pouco agressiva. Hoje eu já não tenho certeza de nada. Parece um estado do meio, um meio dormente que formiga. Passei o dia inteiro fazendo faxina na casa - e ainda não consegui terminar. Acho que já desisti da ideia de achar uma faxineira, um dia eu consigo deixar a casa toda limpa, até que não falta tanto assim... Limpei até as janelas e lavei as cortinas, ora pois. Agora tô só com vontade de dormir para amanhã acordar em um mundo novo. Talvez eu faça isso, ou talvez eu saia para correr um pouco antes, não consegui correr nos dois últimos dias.

Eu voltei anteontem para Niterói. Acordei quatro e meia da manhã para conseguir chegar a tempo de ir na entrevista para a tal da vaga de estágio na UFF que eu já tinha comentado. É uma hora safada para acordar, mas posso dizer que o nascer do sol em Mambucaba faz tudo isso valer a pena, é o tipo de beleza que me faz querer abraçar o mundo na esperança de me fundir com ele e virar uma coisa só. A viagem foi tranquila, mas eu cheguei destruída em casa, pensei em tirar ao menos um cochilo, mas não tive tempo. Depois da entrevista eu fui encontrar o Marcos, que é o meu intercambista de estimação nesse semestre - intercambista de estimação é o nome carinhoso que eu dou para o afilhado que a UFF me dá dentro do programa de apadrinhamento do intercambista, o Marcos é um espanhol que vive e estuda em Madrid e veio para ficar um ano estudando na UFF e morando em Niterói. Passei um tempo com ele conversando sobre tudo, depois encontramos o Gil para comer algo e depois eu voltei para casa porque precisava dormir. 

Ontem eu acordei relativamente cedo e comecei a aventura de limpar a casa. Fiquei nisso toda a manhã e depois fui me arrumar para fazer uma longa viagem rumo à Barra da Tijuca para participar de uma outra entrevista de estágio, dessa vez para trabalhar na Shell. A experiência serviu para me lembrar como a Barra é longe... E como o Rio de Janeiro é grande. Como eu não poderia ter feito toda aquela viagem assim por tão pouco, pedi para o Gil me encontrar no Barra Shopping para a gente tentar ir ao cinema. No fim das contas comemos no shopping e não fomos no cinema porque não tinha nenhum filme bom em horário bom. Eu fui dormir na casa do Gil porque estava muito tarde para voltar uma menininha pequena e frágil sozinha da Barra da Tijuca para Niterói - também porque no dia seguinte eu voltaria com uma companhia linda e poderíamos fofocar antes de dormir. Te dizer que a volta foi beeeem mais curta que a ida, tão curta que nem deu tempo de terminar a conversa que estávamos tendo dentro do ônibus.

Hoje foi só faxina, e faxina, e mais faxina.Agora a pouco desisti de terminar de limpar tudo hoje ainda. Amanhã tem mais, pessoal! 

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