Diário de Viagem - Morando no Brasil

10/09/2013 - 20:44 - Niterói, Rio de Janeiro, Brasil

Desculpem-me pela ausência, estive me buscando por certos cantos empoeirados dentro de mim e demorou até que eu pudesse descobrir que eu estava já de lado de fora. Quando consegui sair para me ver, a luz era tão forte que me cegou por alguns momentos, e precisei de um tempo para conseguir reagir. Logo no começo  vi apenas contornos das coisas que me cercavam, mais tarde pude perceber formas mais claras e cores... e que cores... e que formas! Meu mundo interior é divertido, é fácil, simples e lindo. Eu o entendo melhor, eu sou o que eu quero onde eu quero e como eu quero, com a facilidade e a rapidez de um estalar de dedos. Mas esse mundo aqui fora... Tão imenso, tão intenso, tão misterioso e excitante. Não há porque não sair.

Hoje foi o primeiro dia de aulas. E hoje foi - e é - um grande dia. Mas talvez só eu saiba disso. Malu tá voltando para o Brasil, Michela está voltando para Siena, Dennis está fazendo aniversário, meu corpo resolveu entender que voltei para o Brasil e começar a funcionar como deveria. Siena parece tão longe... tão pequena ... posso entender a sensação de sonho. Eu tô feliz. É como se tudo estivesse girando e girando e se encaixando aos poucos em seu lugar. Mas ao mesmo tempo não existe um lugar certo e isso faz com que o girar não cesse. 

As primeiras aulas foram boas, e as primeiras notícias também. A possibilidade do meu semestre terminar entre o início e o meio de dezembro - e não pela metade de janeiro - se aproxima cada vez mais. E tenho a sensação de que o semestre não vai ser tão puxado quanto eu imaginava - e ainda assim vou cumprir meu objetivo de estar formada na metade do ano que vem. 

Não tô com vontade de contar todas as coisas que eu fiz. Mas elas não estão me importando muito nesse exato momento. Estou sentindo muito e o sentir agora me basta. A intensidade do sentimento está grande e eu estou tentando aproveitar de uma maneira positiva. Faz rir o quanto eu conheço meu corpo sem conhecer. Eu não sei até que ponto tenho controle sobre o que eu sinto e a minha capacidade de ser racional... e a minha vontade. Em vezes eu entendo o que está acontecendo, mas faço de conta que não. Outras vezes eu tenho a sensação de que entendo, mas não sou capaz de colocar em palavras ou esquemas racionais. Não sei se precisa também. Ações certas também surgem a partir de intuições, eu acho.

Última coisa. Preciso crescer muito muito muito mais. Para caber toda a minha saudade dentro de mim. 

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