Ela

Uma brisa acaricia a sua pele. Não é fresca, mas não é quente e não é gelada. Ninguém mais a sente, apenas seus cabelos balançam. Lentamente... Ela olha ao longe, fixo, para algo que ninguém mais vê. Ela não está sozinha, nem acompanhada. Autossuficiente, se derruba e se ampara, a si mesma. Sua cor não tem um nome, ela diz que sua cor é um negro alvo. Quem olha para ela não a enxerga. Quem a sente não a pensa, quem a pensa não o faz. Ela me disse estar perdida, sem querer se encontrar. Disse gostar de ser levada, por si mesma. Seu gosto é de primavera quando encontra o outono, sem jamais passar pelo inverno. Já morou no céu e no inferno. E eles já não existem mais. Ela fala através de beijos e escuta com abraços. Tem o peso de uma pluma de toneladas. Sabe amar sem ser amada.

Comentários

Postagens mais visitadas