Diário de viagem - Me aventurando na Nova Zelândia

Auckland, 21 de Novembro de 2019.

21:42 horas

Hoje foi um dia bem normalzão. Nada de mais aconteceu por aqui. Eu tenho precisado de uns dias assim para colocar as coisas da vida em dia. Me sinto cansada, acho que não estou dormindo bem. A janela aqui tem só uma persiana e antes das sete da manhã o quarto já fica muito claro para o meu gosto e me acorda. Não tenho conseguido voltar a dormir depois disso. Além do mais, o Nebojsa chega em casa depois das dez, então normalmente não vamos dormir antes das onze e meia. Para mim não é tempo suficiente de sono. Hoje eu fui atrás de uma solução barata para o meu problema. Comprei um papel grosso preto e fita crepe e comecei a cobrir as janelas. Eu não tenho aqui comigo um metro ou uma fita métrica ou nada para medir. Quando estava na loja olhei para a cara do papel e pensei "uhm, acho que dois desses cobrem a janela inteira". É impressionante perceber a minha incapacidade para imaginar as coisas do tamanho que elas realmente são. Vou precisar de pelo menos mais um desses papéis. Talvez com os dois que colei hoje já dê uma melhorada, mas devo voltar lá amanhã para comprar outro. Outra medida que tomei foi a de ficar um tempo sem tomar café. Eu sou uma pessoa bem fraca e o café costuma me afetar muito, volta e meia tenho que tirar ele da minha vida por um tempo.

Eu já contei por aqui que estou precisando de amigos, né. Aí um dia desses eu fui dar uma olhada no grupo de brasileiros em Auckland do Facebook para ver se tinha algum evento ou algo que eu pudesse ir para conhecer pessoas. Vi que tinham umas meninas dizendo que tinham chegado faz pouco tempo a cidade e queriam conhecer gente e fazer coisas. Mandei mensagem para três meninas, duas responderam e marquei de encontrar uma delas para um café no sábado. Aí o café se infiltrando na minha vida. O Nebojsa chamou umas meninas que conhecemos no Mundolingo para sair com a gente na sexta ou no sábado também. Vai acabar sendo um fim de semana bem social.

Hoje fez sol o dia inteiro e eu tive esperanças de pegar um calorzinho e um bronze. Mas ventou tanto o tempo todo que foi difícil estar fora sem sentir frio. Diz o celular que fez em torno dos quinze graus, mesmo com o sol. É um pouco frustrante que o sol tá ali, mas é como se não estivesse. Eu até tentei ir no parque aqui na frente para ler ao ar livre, mas estava muito desconfortável. Agora, vou contar uma coisa. Eu entrei hoje em uma loja de suplementos para dar uma olhada e o vendedor virou para mim e falou, "Você é brasileira?". Me choquei um pouco e perguntei como ele sabia, ele disse que não sabia como sabia, mas que sabia. No fim ele era brasileiro, vai ver foi por isso. Aí ele me falou, "Que dia maravilhoso né?". Na minha cabeça eu falei, "cruz credo!", mas respondi, "É, mais ou menos, muito vento.". Perguntei para ele há quanto tempo ele mora aqui e ele disse quinze anos, daí entendi porque ele acha que um dia como o de hoje seja um dia maravilhoso. Dia maravilhoso para mim é dia que saio na rua sem sofrer.

Outra coisa que aconteceu hoje é que eu comprei cadernos novos lindos para começar a escrever um livro. Não vou dar detalhes sobre isso ainda. Eu também fiz a minha matrícula na academia e voltei a malhar. Estava me fazendo falta. Uma coisa que eu acho engraçada é que eu nunca encontro caneleira em academias de outros países. Só vejo no Brasil. Não sei se tem algo a ver com o quão importante achamos que seja malhar a bunda. Porque assim, mulheres em outros países também querem ter um bumbum durinho e malhado e tal, mas nada se compara a obsessão brasileira por malhar a bunda até ela ficar grandona. Porque é Brasil, né, tem que ter bunda grande, né.

Bom, vou ficando por aqui. Beijinho!