... e Porto Alegre

Porto Alegre, 19 de Dezembro de 2019.

23:54 horas

Uma fonte confiável me fez perceber que eu não cumpri a promessa feita pelo título do post anterior de falar sobre Porto Alegre. Falei um pouco sobre o verão no Rio, falei muito sobre mau humor e e não pousei o avião dizendo claramente onde. Podia ter ido parar em Floripa, não é mesmo? Mas não fui, entrei no avião certo e desembarquei em Porto Alegre. Mais especificamente no Aeroporto Salgado Filho, onde me esperavam a tia Carmen e o Daniel.

Não fiz muita coisa no meu primeiro dia aqui, cheguei já pelo meio da tarde e estava muito cansada. A tia Carmen e o Daniel me deixaram na casa da Bia e do Elder (nomes fictícios de personagens verídicos na estória da minha vida). Eu ainda estava de mau humor quando cheguei aqui. Bom, talvez não de mau humor, mas estava cansada e não posso dizer que me sentia feliz. A experiência de voo me tirou o mau humor na verdade. Escutei uma boa música, admirei os colchões de nuvens pela janela e ouvi palavras positivas de uma senhorinha meio cega. Eu até esqueci das criancas capetas sentadas atras de mim depois de um tempo. Enfim, cheguei aqui um pouco mais serena, mas como eu disse, não necessariamente feliz. Acontece que depois de pouco tempo aqui com a Bia e com o Elder eu já percebi uma melhora tremenda na maneira como estava me sentindo. Vir para cá tem esse poder para mim.

Hoje acordei ao meio dia, coisa que eu já não fazia há tempos. Consegui descansar e já levantei me sentindo melhor. Eu vou contar uma coisa, assim ó. Eu nasci aqui né. Me mudei antes de completar os dois anos de idade, então nasci mas não fui criada. Não tenho o sotaque, não entendo bem a mentalidade ou alguns costumes, não conheco bem a cidade. Não aceito o preconceito contra usar short e chinelos para ir em qualquer lugar. Não tomo chimarrão todos o dias e não torco para o Gremio ou para o Inter. Apesar de tudo isso, eu sou gaúcha. Talvez o que me prove isso mais do que as palavras na minha certidão de nascimento é essa sensacão de que aqui é a origem. É a maneira com que vir para cá carrega as baterias da minha alma. Estar aqui é ter o sentimento de pertencimento sem pertencer. É ver coisas e situacões que eu identifico sem me identificar. Escutar esse sotaque que é de certa forma meu, mesmo que eu saiba que eu nuca vou falar assim. É acima de tudo estar perto da família, esse bando de pessoas malucas e maravilhosas que me fazem sentir querida.

Mas vou deixar por aqui, ainda tenho muitos dias para falar de Porto Alegre. Vou tomar cuidado para não descumprir mais nenhuma promessa. Até loguinho! 


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