Por que eu escrevo?

Tem muitas pessoas morando dentro de mim. Tem dias em que resolvem falar todas ao mesmo tempo. Escrever é uma maneira de organizar essa bagunça.

A multidão que me habita faz o meu ser transbordar com a soma de todos os seus amores e suas frustrações, com seus sentimentos e sensações. Escrevo para conseguir sobreviver a todo esse drama. Preciso de um oceano que receba e esfrie toda a lava proveniente das explosões das quais sou feita. Construo um oceano de palavras que possibilita a minha existência nesse mundo.

Tem gente que prefere as pílulas, eu prefiro as páginas em branco.

Não colocaria a minha escrita como um ato altruísta, não creio que a minha principal motivação seja trazer algo de bom ou de útil para o mundo. Meus motivos são egoístas. Eu escrevo porque preciso externar tudo que eu penso, tudo que eu sinto. Tenho uma mente superlotada, que sempre pensa demais, escrever se torna uma necessidade, em verdade toda forma de arte.

É como tento encontrar o meu lugar no mundo, como tento me comunicar e me conectar com outras pessoas. Eu busco maneiras de me expressar, mostrar do que sou feita. Eu escrevo. O faço para escancarar o meu peito e dizer “é isso tudo o que eu sou e não importa que você aceite ou não, pois nada vai mudar”.

Na verdade, tem vezes que nem sou eu que escrevo, eu só coloco o lápis no papel. Então talvez os motivos por trás da minha escrita não sejam todos conhecidos por mim. É essa gente que mora aqui dentro tentando sair.

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