Relatos de uma quarentena em Niterói

06 de maio de 2020

Oi, meu povo! Eu não sei porque não estou mantendo um diário durante essa quarentena por aqui. Tem tanta coisa doida acontecendo que vale a pena contar. E agora, como vou começar atrasada, tô cheia de coisa acumulada para dizer. Não sei nem por onde começar.

Vou dar um resumão do dia de hoje, já que foi o dia mais tranquilo dessa semana e depois vou contando aos poucos o que tem acontecido por aqui, pelo menos desde segunda feira.

Nas quartas feiras eu dou aula de inglês às onze da manhã. Tenho dado aulas por Skype durante esse período de isolamento. Coloquei o despertador para as dez da manhã só por desencargo de consciência, já que o meu relógio interno tem me acordado às oito todos os dias. De vez em quando eu acordo pelas sete, mas quando isso acontece eu me obrigo a dormir mais uma hora. O que acontece é que a partir das oito já dá para pegar sol no chão do quarto que está desocupado aqui no apartamento. O sol dura mais ou menos das oito às dez aqui em casa e depois disso bye-bye me bronzear, então preciso aproveitar bem essas horinhas da manhã.

Hoje não tinha sol, então aproveitei para usar essas primeiras horas do dia para escrever as minhas páginas matinais, tomar um preguiçoso café da manhã e me irritar com o barulho da obra que está rolando faz meses num dos apartamentos de cima. Essa obra está me dando um desgosto que nem queria falar dela, mas ela está ocupando um tal espaço na minha vida que acredito não haver escapatória. Faz tempo que ela está rolando e talvez esse seja até um dos motivos do meu corpo ter se acostumado a acordar às oito já que o barulho começa logo de manhã e é impossível dormir até tarde. Tem dias em que as marteladas constantes não me deixam nem pensar direito. Ontem eu tentei fazer algo a respeito, mas depois eu conto isso.

Outra coisa que fiz hoje de manhã foi dar uma forma para a massa de pão que deixei fermentando durante a noite e colocar ela para a segunda fermentação. Antes da aula começar ainda deu tempo de deixar uma tristeza latente que está por aqui esses dias tomar conta de mim enquanto eu escutava música clássica, chorava, dançava pela sala e escrevia um texto. Eu falei que esses dias tem sido intensos.

Depois da aula eu coloquei o pão no forno e gravitei entre comer, escrever, futucar as redes sociais e agarrar os gatos enquanto eu esperava o horário da minha segunda aula.

Você já fez pão em casa? Eu recomendo muito a experiência. É algo tão simples e no final você se sente todo poderosos com o poder da criação, além de se deliciar com um pão fresquinho e quentinho (que é a minha contradição favorita). Agora durante a quarentena é possivelmente o momento ideal para se agarrar a esses novos projetos que podem demandar um pouco de tempo e que te trazem sentimentos bons.

No final do dia eu relaxei e li na rede, que é o meu lugar favorito da casa. Depois fiz um treino de jump e suei como uma porca magra. Tomei banho, porque eu sou limpinha e estou aqui falando com vocês, meus correspondentes imaginários ou/e reais.

Na segunda feira eu fui ao hortifruti comprar comida porque não tinha absolutamente nada em casa, preciso contar sobre essa aventura. Na terça feira eu passei o dia inteiro cozinhando. Eu tive esse desejo súbito de ter uma semana vegana, então pensei nas receitas que eu poderia fazer, fiz uma lista dos ingredientes, esvaziei a geladeira na semana anterior e cozinhei tudo na terça. Uma feijoada, arroz sete cereais, três tipos de sopa, uma quiche, um creme azedo, um bolo e um pão. Vou te falar que no final do dia as minhas pernas estavam cansadas de passar tanto tempo em pé na cozinha, me fez lembrar dos dias em que trabalhei em uma loja de roupas. É impressionante o como não estamos acostumados a ficar de pé e como isso exige dos nossos músculos.

Mais tarde eu conto mais sobre essa semana. Fiquem bem e fiquem em casa!

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